segunda-feira, 30 de agosto de 2010

SANTO AGOSTINHO 28/08/2010


Frases de Santo Agostinho

"Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova..."
Grande teólogo, filósofo, moralista e apologista. Nasceu em Tagaste, Tunísia, no ano 354, filho de Patrício e Santa Mônica. Escreveu 232 livros, além de inúmeros tratados, sermões e cartas. Confira aqui um pouco do pensamento de Santo Agostinho:

"Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! Eis que estavas dentro e eu fora. Estavas comigo e não eu contigo. Exalaste perfume e respirei. Agora anelo por ti. Provei-te, e tenho fome e sede. Tocaste-me e ardi por tua paz."

"Quer louvar-te o homem, esta parcela de tua criação! Tu próprio o incitas para que sinta prazer em louvar-te. Fizeste-nos para ti e inquieto está nosso coração, enquanto no repousa em Ti."

"Para alcançarmos esta vida feliz, a verdadeira Vida nos ensinou a orar."

"Não é de admirar se a soberba gera a separação, a caridade, a unidade."

"Oh eterna verdade, verdadeira caridade e querida eternidade! És o meu Deus, por ti suspiro dia e noite"

"Que eu te conheça, ó conhecedor meu! Que eu também te conheça como sou conhecido! Tu, ó força de minha alma, entra dentro dela, ajusta-a a ti, para a teres e possuíres sem mancha nem ruga."

"Quereis cantar louvores a Deus? Sede vós mesmos o canto que ides cantar. Vós sereis o seu maior louvor, se viverdes santamente."

"Teu desejo é a tua oração; se o desejo é contínuo, também a oração é contínua. Não foi em vão que o Apóstolo disse: Orai sem cessar (1Ts 5,17). Ainda que faças qualquer coisa, se desejas aquele repouso do Sábado eterno, não cessas de orar. Se não queres cessar de orar, não cesses de desejar."

"A paixão do Senhor mostra-nos as dificuldades da vida presente, em que é preciso trabalhar, sofrer e por fim morrer. A ressurreição e glorificação do Senhor nos revelam a vida que um dia nos será dada."

"Não temos então medo de fraquejar? Por quê? Porque invocaremos o nome do Senhor. Como venceriam os mártires, se neles não vencesse aquele que disse: Alegrai-vos porque eu venci o mundo? (João 16,33)"

"Tens o que oferecer. Não examines o rebanho, não apresentes navios e não atravesses as mais longínquas regiões em busca de perfumes. Procura em teu coração aquilo que Deus gosta."

"Grandes coisas o Senhor nos promete no futuro! Por que a fraqueza humana ainda hesita em acreditar que um dia os homens viverão em Deus? Muito mais incrível é o que já aconteceu: Deus morreu pelos homens."

"Amando o próximo e cuidando dele, vais percorrendo o teu caminho. Ajuda, portanto, aquele que tens ao lado enquanto caminhas neste mundo, e chegarás junto daquele com quem desejas permanecer para sempre."

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

SANTA MÔNICA 27/08/2010


Sabemos pouco sobre a infância de Santa Mônica; muito do que nos chegou sobre sua vida foi através das "Confissões" de Santo Agostinho, seu filho. Ela nasceu em Tagaste, Algéria, em 332. Casou-se cedo com Patrício; ele era pagão e tinha um temperamento violento. A vida de casada de Mônica era muito difícil, seu marido se aborrecia com suas orações. Muitas mulheres de Tagaste tinham problemas em casa e Mônica, com sua doçura e paciência, era um exemplo para elas.
O casal teve três filhos: Agostinho, Navigius e Perpétua. Nenhum deles foi batizado enquanto pequeno. Agostinho lhe dava muitos problemas e foi mandado para Madaura para estudar. Ela teve uma compensação: a conversão de seu marido, que morreu logo depois. Santa Mônica decidiu não se casar novamente. Nesse ínterim, Agostinho foi seguir seus estudos em Cartago, onde aderiu à seita dos maniqueus.
De volta em casa, Agostinho levanta proposições heréticas e sua mãe o expulsa, mas ela volta atrás. Santa Mônica vai se aconselhar com um bispo, que a ajuda a perceber que o tempo da conversão de Agostinho ainda não tinha chegado.
Agostinho viaja escondido para Roma e sua mãe o segue. Quando ela chega, ele já tinha partido para Milão e ela continua em seu percalço; chegando, ela conhece o bispo de Milão, Santo Ambrósio, que contribui para a conversão de Santo Agostinho em 386. Agostinho é batizado no ano seguinte, na igreja de São João Batista, em Milão. Ainda em 387 resolvem voltar à África e Santa Mônica morre na viagem, em Ostia, perto de Roma, onde é enterrrada.
Santa Mônica fica como esquecida durante anos até que, no século XIII, seu culto começa a se espalhar e, no calendário da Igreja, foi marcado o dia 4 de maio, véspera da conversão de seu filho, para se realizarem festas em sua homenagem. Em 1430, o Papa Martinho V ordenou que suas relíquias fossem levadas para Roma e muitos milagres aconteceram no caminho, consolidando o culto da santa. O arcebispo de Rouen, Cardeal d'Estouteville, construiu uma igreja em Roma em honra a Santo Agostinho e depositou as relíquias de sua mãe em uma capela à esquerda do altar principal. O Ofício de Santa Mônica só entrou no Breviário Romano no século XVI.
Em 1850 foi criada na Notre Dame de Sion, em Paris, uma associação de mães cristãs com o patronato de Santa Mônica, com o objetivo de fazer orações mútuas por maridos e filhos. Esta associação foi elevada a arquiconfraria em 1856 e se espalhou rapidamente pelo mundo católico, com filiais em Dublin, Londres, Liverpool, Sidney e Buenos Aires.

Igreja no Rio de Janeiro: Av. Ataulfo de Paiva, 527 - Leblon - CEP 22440-030 - Tel 512-8657 - Fax 259-5978.

Oração:

(para pedir a conversão de um filho)
Ó Santa Mônica, que pela oração e pelas lágrimas, alcançastes de Deus a conversão de vosso filho transviado, depois santo, Santo Agostinho, olhai para o meu coração, amargurado pelo comportamento do meu filho desobediente, rebelde e inconformado, que tantos dissabores causou ao meu coração e a toda a família. Que vossas orações se juntem com as minhas, para comover o bom Deus, a fim de que ele faça meu filho entrar em si e voltar ao bom caminho.
Santa Mônica, fazei que o Pai do Céu chame de volta à casa paterna o filho pródigo. Dai-me esta alegria e eu serei sempre agradecido(a).
Santo Agostinho, rogai por nós. Santa Mônica, atendei-me. Amén.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

IMAGEM DE SANTA TERESA EM ENCISO

Descoberta uma escultura de Santa Teresa de tamanho natural, na localidaded de Enciso


Obra do grande mestre espanhol do século XVII Gregorio Fernández
La Rioja - ESPANHA (06-08-2010) .- A descoberta desta valiosa peça foi feita há menos de vinte dias pelo doutor em história da arte e pesquisador José Manuel Martinez Ramirez, que no curso de alguns estudos na área deparou-se com essa peça que estava embaixo do coro da paróquia de San Pedro de Enciso

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Edith Stein: santa e filósofa para século 21


Entrevista ao filósofo Rodrigo Guerra
Por Jaime Septién
QUERÉTARO, segunda-feira, 16 de agosto de 2010 (ZENIT.org - El Observador) - No dia 19 de agosto de 1942, Edith Stein - Santa Benedita da Cruz - morreu na câmara de gás do campo de concentração de Auschwitz. Em 11 de outubro de 1998, foi canonizada por João Paulo II no Vaticano.
ZENIT-El Observador entrevistaram Rodrigo Guerra López, doutor em Filosofia pela Academia Internacional de Liechtenstein, membro da Academia Pontifícia para a Vida, diretor do CISAV (www.cisav.org), e especialista em fenomenologia e personalismo, sobre a atualidade do testemunho e do pensamento desta importante filósofa, mística, carmelita e mártir.
ZENIT: Que importância tem uma figura como a de Edith Stein no momento atual?
Rodrigo Guerra: Edith Stein é relevante para a nossa época principalmente porque é uma santa. Com sua vida e sua morte, ela mostrou que é possível viver com radicalidade a adesão a Jesus Cristo e o amor aos seus irmãos em meio a um mundo que parece cair no absurdo, na irracionalidade e na violência.
ZENIT: Edith Stein é santa, mas também foi uma grande intelectual...
Rodrigo Guerra: O itinerário de Edith Stein rumo à santidade não se encontra à margem do seu perfil intelectual. Ao contrário, toda a sua imensa contribuição filosófica é parte de sua vida e de uma maneira misteriosa também é parte de sua preparação para o martírio. Mártir significa testemunha. Edith Stein buscou ser testemunha da verdade ao amar apaixonadamente o trabalho intelectual que exerceu em parte acompanhada por seu professor Edmund Husserl e por outros brilhantes filósofos, como Adolf Reinach, Roman Ingarden e Hedwig Conrad-Martius.
Da mesma forma, ela procurou ser testemunha da verdade no momento de aderir afetiva e efetivamente a Jesus Cristo crucificado, ao ser chamada ao Carmelo e, finalmente, ao morrer em Auschwitz nas mãos dos nazistas. Todo este caminho parece indicar que a vocação mais profunda do filósofo cristão não termina ao escrever livros e fazer carreira acadêmica, mas principalmente educando o coração em uma disponibilidade particular para seguir a verdade até a cruz.
ZENIT: O pensamento de Edith Stein é pertinente para os que vivem na primeira década do século 21?
Rodrigo Guerra: Suas contribuições na metafísica, na antropologia da mulher, na teoria da pessoa humana, na teoria do Estado e nas relações filosofia-cristianismo são sumamente lúcidas e adiantadas para a sua época. Sou da opinião de que seu pensamento será valorizado com maior amplitude e profundidade no século 21, após a queda do racionalismo ilustrado e das rupturas pós-modernas.
Em Edith Stein, é possível encontrar importantes intuições que colaboram para superar tanto o racionalismo como a desconfiança da razão. Penso, por exemplo, na forma como utiliza o método fenomenológico: sempre fiel ao dado da experiência e sempre aberta a reconhecer que o que aparece revela o ser. Edith Stein, com sua fenomenologia realista, contribui de maneira sumamente relevante para realizar o que Bento XVI chama de "ampliar os horizontes da razão".
ZENIT: As opiniões de Edith Stein sobre a mulher também foram adiantadas com relação à sua época. No entanto, talvez hoje se necessitasse ir além delas para construir um "novo feminismo". O que você acha disso?
Rodrigo Guerra: De fato, o pensamento cristão deve ser concebido como um caminho que é preciso continuar em cada geração. Edith Stein conseguiu desenvolver com grande valentia intelectual uma teoria sobre a pessoa feminina fortemente associada ao modo como ela compreendia a natureza da alma humana e o princípio de individuação. Na atualidade, temos de aprofundar justamente em aspectos como este para mostrar que a diferenciação sexual não é um mero acidente do corpo, mas sim que tem sua raiz mais profunda naquilo que constitui a pessoa humana como pessoa.
O magistério de João Paulo II recolheu justamente estas intuições que é necessário prosseguir através de um trabalho interdisciplinar. Da mesma forma, Stein apreciou a originalidade da feminilidade sem desconhecer os condicionamentos culturais nos quais a sexualidade se encontra submersa em cada época.
Por isso, na antropologia do feminino desenvolvida por Stein se encontra a semente de uma teoria personalista sobre a sexualidade e sobre que o hoje se costuma denominar "gênero". Em momentos como o atual, em que se afirma que a consistência da pessoa é principalmente uma construção cultural, é necessário voltar a autores como Stein para encontrar uma adequada articulação entre natureza e cultura que não negue nenhum desses aspectos, mas que os reconheça em sua unidade e diferença.
ZENIT: Figuras como a de Edith Stein - Santa Benedita da Cruz - são importantes, mas não se encontram facilmente como referências religiosas e culturais na sociedade atual. A que se deve esta situação? É possível corrigi-la?
Rodrigo Guerra: Por um lado, o irracionalismo pós-moderno gerou que certos ambientes acadêmicos, muitos ambientes políticos e inúmeros meios de comunicação banalizassem ao máximo o tema da verdade.
O esforço por voltar às coisas em si e encontrar nelas a verdade - como queria Edith Stein - é sumamente árduo na atualidade. Por isso, é preciso criar novos espaços que deixem que os jovens possam viver uma experiência educativa alegre, que permita a assimilação racional e criativa do pensamento de Edith Stein e de outros autores que fazem parte do legado antigo e contemporâneo do pensamento cristão.
Um dos meus professores - John Crosby - costumava dizer que a communio é o método educativo para fazer uma filosofia que ame a verdade em qualquer lugar onde esta se encontrar. Amar a verdade e manter-se fiel a ela é mais fácil quando isso é feito em comunidade. Por outro lado, é preciso reconhecer que nos falta, como cristãos, uma nova paixão pessoal e comunitária pela verdade.
A insistência de Bento XVI com relação a uma nova racionalidade, mais aberta e comprometida, parece-me que se encontra justamente nesta direção. Acho que por isso é preciso trabalhar para criar comunidades científicas que, nutridas pela experiência cristã, permitam ser ajuda para a nossa frágil razão e para a nossa enfraquecida vontade.
ZENIT: Edith Stein viveu uma amizade desse tipo com Husserl, com Ingarden e com alguns dos seus amigos: é possível hoje encontrar pessoas e comunidades assim?
Rodrigo Guerra: Durante longos anos, filósofos como Angela Ales Bello, Anna Maria Pezzella, Alasdair MacIntyre, Josef Seifert, Walter Redmond, Urbano Ferrer, Juan Caballero Bono, Francisco Javier Sancho, Eduardo González di Pierro, Diego Rosales e outros promoveram o estudo do pensamento de Edith Stein com grande sacrifício e remando contra a maré.
Seu testemunho e exemplo motivaram a criação de círculos de estudo, instituições, congressos e, no fundo, um verdadeiro movimento que reconhece que Edith Stein é um marco intelectual e espiritual para o mundo de hoje. Na Academia Internacional de Filosofia de Liechtenstein e do Chile, na Universidade Lateranense, no Instituto Edith Stein de Granada e no CISAV do México também encontramos este movimento vivo de diversas formas.
ZENIT: Edith Stein fez uma filosofia cristã e deu testemunho cristão de amor à verdade até o sacrifício de sua própria vida. Que lição ela nos dá para o momento atual?
Rodrigo Guerra: Acho que Stein, entre outras coisas, nos ensina que a vida cristã não está separada da vida intelectual e que a atividade intelectual realiza melhor sua vocação quando se deixa provocar pelo acontecimento cristão. Assim como Balthasar dizia que é preciso voltar a fazer "teologia de joelhos", parece-me que os filósofos cristãos também deveriam recuperar a consciência da necessidade de unir a vida espiritual ao trabalho filosófico.
Stein também mostra que a adesão à verdade e a Cristo, quando levada a sério, não pode estar associada à cômoda vida burguesa, mas deve se projetar em compromisso real pelas pessoas, em especial pelas mais vulneráveis e perseguidas. Um personalismo que não passe por um compromisso militante e solidário a favor da dignidade humana e da justiça desaba por falta de congruência.
ZENIT: É possível que o pensamento cristão volte a ter um lugar na cultura contemporânea? Tanto na Europa como na América Latina, as sociedades parecem cada vez mais configurar-se como se Deus não existisse...


Rodrigo Guerra: Quando Husserl morreu, Edith Stein escreveu uma breve reflexão a uma de suas amigas: "Não tenho preocupação alguma pelo meu querido professor (Edmund Husserl). Estive sempre muito longe de pensar que a misericórdia de Deus se reduzisse às fronteiras da Igreja visível. Deus é a verdade. Quem busca a verdade, busca Deus, seja ou não consciente disso".
Este breve texto reflete uma atitude de honesta simpatia por tudo o que é humano, por todas as buscas sinceras da verdade, ainda quando estejam repletas de fragilidade. Da mesma forma, mostra uma confiança grande na graça, que age de maneira misteriosa, mas real em todos.
O pensamento cristão, em particular a filosofia cristã, ressurgirá como uma proposta culturalmente relevante para a Europa e para a América Latina não tanto à base de planos estratégicos, mas quando formemos novas gerações de jovens capazes de reconhecer no seio da modernidade e de sua crise a voz das exigências fundamentais que brotam do coração humano. Estas exigências sempre estão marcadas pela fome de verdade, bondade e beleza.
No final, estas exigências são desejo de que um Deus vivo e encarnado se torne presente e reconstrua a vida, dando sentido a tudo. Todo ser humano busca Cristo, ainda que não o saiba. Toda busca honesta da verdade contribui para que uma nova cultura emirja, uma cultura na qual o cristianismo possa viver com liberdade e, a partir dessa experiência, ofereça o incentivo necessário para pensar a verdade com novos olhos.

sábado, 7 de agosto de 2010

MEMÓRIA DE SANTA EDITH STEIN – 09 DE AGOSTO DE 2010. PADROEIRA da OCDS DE TRES PONTAS = MG.

Ensina Edith Stein a suas irmãs Carmelitas com seu testemunho a sentir com a Igreja totalmente no que se refere à liturgia, sem saudades do passado, com a alegria do presente e do futuro. Edith é modelo de seriedade na própria vocação contemplativa, tão aberta à liturgia como à contemplação, tão vibrante pela novidade da renovação litúrgica quanto ansiosa de transmitir a todos o viver e sentir com a Igreja. No fundo Edith é, por co-naturalidade, uma discípula de Teresa de Jesus também nisto, pois a Santa, em seu tempo, vibrava com a liturgia da Igreja e sua experiência mística tem páginas belas de comunhão com os mistérios e de entusiasmo pelas festas do Senhor, de Maria e dos Santos, de amor pela liturgia eclesial e pelo decoro das celebrações. Edith Stein contribuiu em tudo isto com a teologia de seu tempo e com a busca da excelência da celebração dos mistérios.

Padre Jesús Castellano, ocd